terça-feira, 17 de novembro de 2009

Um novo começo, quem curte?

Chega um ponto, em que as coisas ficam insustentáveis. E você para. E...

E Chega um ponto, em que você precisa recomeçar do zero.
Novas ideias, novos ares, a new breath of life. Tua vida se resumi a suas perdas, e você se apega a elas, como se fossem conquistas duras e valiosas. Preciso mudar isso, agora!

Eu não aguento mais. É só um desabafo, mais um.
Me apeguei demais a coisas que não estão por perto nos momentos em que mais preciso.
Me apeguei a pessoas que parecem não se importar a maior parte do tempo.
Me fechei para pessoas que pareciam se interessar.
E me interessei por pessoas que perderam o interesse por mim.

Não dá pra mudar essas coisas da noite para o dia. Sei bem disso.
Mas vou tentar. =)

(Wesley Buleriano)

sábado, 7 de novembro de 2009

O Dia, a noite e a madrugada.

O Tamanho do Dia Em Medidas Alternativas

Desmembrando, desmedido.
Desapropriado e deserto.
De certo modo completo,
E, de certo, vazio.

De formas e de fases
Passageiras e turistas.
De um certo alento
De um lento acerto.

Ah! Sinto muito, mas,
Muito menos que já senti.
Portanto, faço tudo por tanto,
Que tudo parece pouco.

E quando pouco parece nada,
E tudo desaparece,
As folhas e as feridas secam.
E o dia se encerra.


(Wesley Buleriano)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sobre Aparências e Fatos.

O Eu Exterior

Sua frieza é fruto frágil,
Ou só é sufrágio de solidão?
Casca seca de figueira velha,
Folha morta adubando gelo.

Pálido, árido, arenoso,
Asqueroso ou nada disso.
Apenas frio.
Apenas posses, pelejas e presságios.

Calculando ou
Observando ou
Desmentindo e
Sorrindo se necessário.
Amando se necessário.
Fugindo se necessário.
Necessitando, se necessário.


(Wesley Buleriano)

sábado, 31 de outubro de 2009

Estou de volta.

Não faz sentido. Por que parar de escrever?
Está no meu sangue, esta é minha vida, este sou eu. Estou de volta.

Alardeando e Andando

Já que tanto todo e tudo
é tempo
tudo quanto é tempo é tudo e só

A chuva achava mesmo
que a água
purifica o céu e só

E a água aguarda aguada
agora
somente agora e só

E vai e volta e desce e sobe
e segue
seguindo o ciclo sempre e só

Bazófia desimportante
e só
o tédio todo sempre e só

(Wesley Buleriano)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

O Fim é Belo, Incerto. Depende de Como Você Vê...

Me tornei uma pedra de gelo.
Muito frio, racional e totalmente pessimista em relação as coisas.

Este blog está fechado até o dia em que eu volte a ter fé nas pessoas, ou simples inspiração.
Foi um prazer brincar com vocês.

(Wesley Buleriano)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

[OFF] - Quando As Coisas Mudam.

Entender que o tempo passa, que as coisas mudam, é como um banho de água fria. Ainda ontem estavam todos lá, sentados na calçada da esquina, falando besteiras, rindo, contando piadas, reclamando da vida, ou só ouvindo.

Hoje, sentados em dois, na mesma calçada, a sensação de vazio foi bastante ruim. Lembrar de todas as noites ali, com os amigos, e ver que eles não estão mais lá, foi forte, foi frio.

E mesmo a conversa já não era mais a mesma. Era fria, era algo do tipo: “não conte com ninguém”. Algo perversamente gélido e egoísta, ditas no mesmo lugar das uniões, planos, idéias de um grande grupo de amigos, que, embora tivessem suas divergências, sempre foram deveras leais.

Quando foi que tudo se perdeu? Estou até agora me perguntando isso. Um amigo, infelizmente, já não está entre nós. E sempre fará falta a mim, e a todos que o conheceram. Descanse em paz Jhonny, conosco ficam as boas lembranças da nossa amizade.

Alguns se deixaram levar pelo comodismo de uma vida pacata: “um emprego e uma namorada, quando você crescer”. Uma musica de Raul Seixas descreve perfeitamente tudo, e é como um “tapa na cara” de quem pensa sobre a vida.

Quando você crescer – Raul Seixas

O que que você quer ser quando você crescer?
Alguma coisa importante
Um cara muito brilhante
Quando você crescer
Não adianta, perguntas não valem nada
É sempre a mesma jogada
Um emprego e uma namorada
Quando você crescer
E cada vez é mais difícil de vencer
Pra quem nasceu pra perder
Pra quem não é importante...
É bem melhor
Sonhar, do que conseguir
Ficar em vez de partir
Melhor uma esposa ao invés de uma amante
Uma casinha, um carro à prestação
Saber de cor a lição,
Que no...Que no bar não se cospe no chão, nego
Quando você crescer
Alguns amigos da mesma repartição
Durante o fim-de-semana
Se vai mais tarde pra cama
Quando você crescer
E no subúrbio, com flores na sua janela
Você sorri para ela
E dando um beijo lhe diz:
Felicidadeé uma casa pequenina
e amar uma menina
E não ligar pro que se diz.
Belo casal que paga as contas direito
bem comportado no leito
Mesmo que doa no peito
Sim...Quando você crescer
E o futebol te faz pensar que no jogo
Você é muito importante
Pois o gol é o seu grande instante
Quando você crescer
Um cafézinho mostrando o filho pra vó
Sentindo o apoio dos pais
Achando que não está, só
Quando você crescer
Quando você crescer
Quando você crescer

O tempo passa para todos, as coisas mudam. Alguns se vão, nos deixam pelo caminho.
O que nos resta, meus amigos?

(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A mentira é a única verdade indiscutível!

Em Você


E se outrora o abismo era tão escuro
e o futuro parecia agora,
hoje pular é arriscadamente seguro,
e o presente parece outra hora.

Sem esquinas, avenidas e cruzamentos.
Há pressa, pressão e demora.
Mas fora o medo que aflora,
há, cada dia maior, o sentimento.

Me pego a partir-me em dois,
e entrego-me a ti, pois,
em ti tem sido todo pensamento.

E embora a distância castigue,
sempre haverá o que nos ligue,

e nos faça esperar por depois.

(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Delir Antes.

Tulipas

Para não dizer
Que não falei de flores.

(Wesley Buleriano)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Auto-ostracismo

Antes de qualquer coisa, imagine uma casa com uma goteira no telhado. Ao chão, encontra-se um balde, cujas gotas de chuva caem dentro.

A cada chuva o nível de água aumenta no recipiente. Mas, como não chove todos os dias, o balde pode levar bastante tempo para encher. Ou ainda, dependendo da intensidade do temporal que, supostamente, possa cair, esgota-se mais agilmente.

A um certo limite, o balde não mais aguentará os pingos d’água, e transbordará. Mas, como são gotas, ao transbordar, molha-se pouco ao redor.

Até que, por acidente ou descuido, alguém tropeça e derruba o balde, que, automaticamente, molha todo o chão. Molha inclusive a pessoa que “acidentou-se”.
Logo após, o balde torna-se vazio uma vez mais, e, assim, volta a suportar a goteira do telhado por mais um determinado tempo.

Agora, como diz meu querido avô, darei o nome aos bois. A água, ou, mais especificamente, as gotas dela, são aqueles pequenos problemas, as pequenas frustrações e aborrecimentos que enfrentamos dia após dia. E o balde é quem vos escreve.
Cada pessoa tem seu temperamento, e esse é o meu: acumulativo, e, quando saturado, explosivo.

Como tudo no universo, no meu caso há também o equilíbrio entre os pontos positivos e negativos em ser assim. Ser acumulativo me faz evitar dezenas de discussões, confrontos e outros desgastes. Evita que eu ma chateie facilmente com os problemas. Torna-me uma pessoa bastante compreensível e altruísta.

Porém, ao chegar ao ápice do “balde”, torno-me estressado, e acabo por me irritar por qualquer “gota” que caia, por pouco que possa parecer. E, nos casos, raros, em que chego a explodir, acabo perdendo totalmente a razão. Falo e faço coisas que repudio e acabo machucando alguém.

E não adianta tentar mudar! Esse é o tipo de coisa que nasce consigo mesmo, e te segue até o fim dos seus dias. Então, o que me resta, é ter as pessoas certas ao meu lado. Aquelas que me conhecem, sabem como sou, e podem entender estas características, sem deixar de sentir por mim a amizade, o amor, e, principalmente, o respeito.
.
Que estas pessoas estejam para sempre comigo. Seja lá quanto for o “infinito” da minha vida.
.
(Wesley Buleriano)

Pós...

O caminho do trabalho para casa, era como o corredor da morte para um condenado.
As árvores nas calçadas, eram como pessoas, sedentas pelo sangue de um assassino, e cospiam uma brisa leve em cima de mim.
.
As ofensas que o vento, feroz, gritava em meus ouvidos, eram como o burburinho dos, já deixados para trás, colegas de trabalho. A voz do meu chefe me acusando, ainda ecoava em meio as folhas das árvores.
O sol queimava, me queimava, como um castigo pelo crime alheio. E, mesmo alheio a tudo isso, segui até o fim da rua, longa. Meu palácio estava lá.
.
(Wesley Buleriano)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um outro tipo de inspiração...

Escárnio

Deixo ao acaso, se,
Por acaso eu vou ter que
Mostrar um (outro) lado meu
Que ainda não conhece.

Passo ao compasso,
Ultrapasso (des)trancedentalizado,
Mentalizado imóvel.

Fogo ágil, ardentrando minh’apele.
(in)Concerto aprovo e aproveito
trejeito de escárnio.

Carne, carnívoro (ar).


(Wesley Buleriano)

sábado, 18 de julho de 2009

Do Amor Yingyanguista Ao Não Novo Ensaio

Confabulando e Andando.


Você, morena,
E esse jeito seu meigo-durão,
Com medo de raio e trovão,
Rosa tentando ser cacto.

Flor de Lótus,
A prima vera da manhã.
Orvalho boreal,
Pecado original, a maçã.

Diante do mar,
Do alto do seu ser,
Vê as ondas e os cruzeiros
Do mar, e do céu.

De baixo do véu da verdade,
És cordeiro em pele de lobo,
Buscando lealdade,
Em um copo de tequila.

Segue tua trilha,
À esquina do sonho que não é seu.
Corroendo o desejo,
Que a distância não corroeu.


(Wesley Buleriano)

terça-feira, 14 de julho de 2009

O Vento, a Lua e Eu

Então me pus a esbravejar contra o vento:
- Por que soprou areia em meus olhos?

Sabiamente o vento soprou-me aos ouvidos:
- Tu estavas tão cego antes, que se quer deu atenção ao que via. Agora, estando tu com os olhos lacrimejando, com um ardido inconveniente, verás que sua visão já era turva, mas não o incomodara. Então quando o ultimo grão de areia sair, terás uma visão bem menos superficial de tudo.

E cessara. Assim como veio, forte e confuso. Cessara todo o vento. Vento este que, inexplicável, entrara em meu quarto fechado. Mas agiu como um furacão; destruiu todas as minhas bases, sobraram entulhos e corpos mortos.

As noites não dormidas tornaram-se somente noites. E, em meio à destruição particular, resolvi por deixar de lado o quarto só. Saí. Antes que a madrugada me engolisse, feito um leão faminto, saí. Segui pela rua principal do meu bairro, agonizante e frio, e cheguei ao bairro vizinho. Em um ensejo à ‘Forest Gump’, atravessei outro bairro, depois outro. Cruzei os limites da cidade. Segui rumo ao interior, rumo as montanhas, deixando placas e carros para trás. Deixando pessoas e lembranças pela rodovia.

Até que o dia amanhecera, e lá estava eu, sentado no topo da montanha, olhando para os mares de morros, sem qualquer pessoa por perto, e sentindo-me com a melhor companhia que poderia desejar; o vento em meu rosto.

Por breves momentos fiquei estático, apenas olhando o horizonte. Vi a neblina, que cobria os montes, se dissipar no ar. Ouvi o canto dos primeiros pássaros na alvorada, e os vi em seu primeiro vôo matinal, em busca de alimento para seus filhotes. Pensei: por que os pássaros voam, e minhas asas não me permitem o mesmo? Silêncio...

Abri as asas e me joguei do topo. Rasante, passei próximo a copa das árvores, tocando em alguns dos galhos mais altos. E segui, cruzando outras cidades, até os limites do meu estado, e, em seguida, outros estados. Até os limites do país, chegando em céus estrangeiros, planando sobre pessoas novas, vidas e culturas diferentes.

Anoiteceu, e, ao olhar para o céu, vi que a lua brilhava forte. Meu novo velho amigo, o vento, disse:
- Gostas do que vê, não é mesmo?
Respondi:
- Muito.
- E por que relutas em voar até lá?
- Mas isso é impossível.
- Voaste até aqui, haverá de voar até onde queira.

Compreendi, e bati asas rumo à lua. Voei ultrapassando as camadas da atmosfera, e percebi que o oxigênio já não me era necessário. A visão da Terra vista da lua foi sensacional. Ela e eu nos tornamos grandes amigos. Fiquei sozinho, com toda a lua por algum tempo, ouvi os seus problemas, contei os meus. E, por uma indicação da minha mais nova amiga, resolvi conhecer as luas de Jupter. E parti-me, em mais um vôo solitário.

Deixei a Terra, a lua, e tantos outros corpos para trás. Os limites são meus alvos, o universo é agora o meu jardim.


(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Poeta Não-Poeta

Eu não sei de onde vêm as palavras. Como surgiram, ou quando começaram a ser usadas. Ainda menos sei quando foram organizadas. Quando surgiu a primeira língua. Não sei quem inventou as representações gráficas dos sons, que chamamos ‘letras’. Nem quem criou a primeira lei escrita. Quem terá sido o primeiro escritor? Quem será o autor da primeira história escrita? E a primeira poesia, como era? Como surgiu a idéia de versejar as palavras? Rimá-las? Como? Quem? Quando?

Apenas sei que, de repente, as letras se unem na minha cabeça. E as palavras que são formadas unem-se as outras palavras, formando frases. As frases unem-se as outras frases. E assim escrevo, escrevo, escrevo...

Passo tanto tempo perdido em pensamentos, que acabo por não pensar em nada. Surpreendo-me quando dos emaranhados de pensamentos, como que com um anzol, as poesias me tornam aos dedos. Dos dedos, as teclas. E lá se está, mais uma poesia pronta. Mais uma obra prima solitária, escrita por mim, para e somente a mim. Depois as releio, e, pareço ler algo escrito por outra pessoa, que se quer conheço. É como se, ao escrever, me tornasse outra pessoa. Como se me tornasse várias pessoas, por breves momentos em que o vento me diz frases e palavras que, muitas vezes não conheço. Mas ainda assim as escrevo. E, relendo-as, e pesquisando sobre o seu significado, vejo-as encaixar como uma luva ao corpo do poema. A rima surge quase que acidentalmente.

A riqueza rima com a
Pobreza que chora com a despesa que
Que traz consigo a tristeza que
Que toma minha mente quando verseja e
Parece não tem fim por um minuto quase inteiro.


E vão-se indo assim poemas e mais poemas. Tristezas e mais tristezas. Dias após dias, sem ao menos entender como tais coisas surgem. Entendo e não entendo. Ou tento entender e finjo que sei. Não sei.

Quando paro, e deparo-me com a conseqüência, me vejo confuso. Pessoas que dizem gostar. Dizem-me que sou ótimo, e, por segundos pego-me a acreditar. Mas, no segundo seguinte, pego-me a praguejar contra mim, e esse dom de saber dizer coisas que não entendo quando digo. Como se não fosse eu quem fala, ou faz. Estou consciente quando ajo. Mas pareço ver um filme, onde miro telas brancas, e meus dedos que digitam. Como agora. Como todo esse depoimento. O depoimento de um poeta não-poeta.


(Wesley Buleriano)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Boêmio, e outras histórias.

Íamos pela noite, como a mais comum das noites vis. Então se viu as luzes de neon, cercada pela escuridão. Uma musica. Uma ideia. Uma vontade.
Paga-se. Entra-se. Olha-se. Senta-se.
- Como posso ajudar-lhes, cavalheiros?

Um Whisky, e Uma Puta.

Que seja quente. E traga gelo.
Que não entorne. Que me torne vil.
Que me aqueça. Que me faça suar.
Que me enlouqueça. Que me deixe louco.
Que tenha sabor. Não importa o preço.
18 anos. Que me embriague.
Que me faça cair. Que me deixe caído.
Que me traga a felicidade. Que me trague um cigarro.
Que me acompanhe no jogo. Que faça um jogo.
Que acabe e me esqueça. Que me faça esquecer.

(Wesley Buleriano)

domingo, 28 de junho de 2009

Dois Copos e Um Conto II

Um pouco tarde, bem é verdade, mas ainda é domingo.
Sendo assim, estou em dia com minha promessa.
Hoje, mais dois capitulos, espero que gostem.


Capítulo 2

Não se fazem mais pensamentos como antigamente.


Capítulo 3

A noite está fria, o que é comum nessa época do ano. Mesmo o verão tendo o seu recesso mundial há menos de um mês. Contudo, a noite está agradável. O orvalho e a neblina densa, que se vê cobrindo a montanha, deram um tempero nórdico ao entardecer.
Pois bem, traga-me outra dose – por conta da casa – que contarei minha história. Quer entendê-la, ou quer a verdade? Pouco importa afinal, mesmo a verdade é uma para cada um, e no fim, nenhuma é realmente absoluta. Em todo caso, preste atenção, e não me deixe ficar tenso, por favor. E por Deus, troque essa musica. Olhe ao redor, ninguém gosta mesmo dela!
Olhe ali, no canto do bar. Aquele velho senhor, sozinho em seu copo de whisky, se embriagando em pensamentos. Ele vem aqui todos os dias. E todos os dias ele bebe, até que a madrugada engula suas forças e reflexos, e o force a seguir sozinho – nós supomos – para casa. Não é isso mesmo o que acontece garçom? Leitor?
Qual de vocês aqui neste bar nunca se perguntou o que se passa na cabeça do velho Heikel? Que atire o primeiro copo – vazio – aquele que nunca desejou o dom de ler os pensamentos alheios! Quem é mais vazio; os copos arremessados contra mim, ou as pessoas que os arremessaram? O paradoxo está no fato de ninguém ter arremessado. A não ser você, não é mesmo, leitor? Se sentir desinteresse, peça mais uma dose – por minha conta – pois o que lhes conto é mais que um conto.
É com imensa alegria que lhes revelo meu triste segredo, senhores. Eu leio pensamentos!


(Wesley Buleriano)

sábado, 27 de junho de 2009

Conta Comigo (Stand By Me)

[...]

Voltamos para casa, e, embora nossas cabeças estivessem repletas de pensamentos, falamos pouco. Andamos durante a noite, e chegamos de volta a Castle Rock um pouco depois das 5 da manhã do domingo, um dia antes do dia do trabalho. Tínhamos ficado fora só dois dias, mas de alguma forma a cidade parecia diferente, parecia menor.

O tempo passou, e cada vez vi menos Ted e Verner. Até que eventualmente se tornaram apenas mais duas caras pelos corredores. Isso acontece às vezes. Amigos entram e saem da vida da gente, como garçons num restaurante.
O Verner se casou, saiu do colegial, teve quatro filhos e agora é operador de empilhadeira.
O Ted tentou várias vezes entrar no exército, mas a sua vista e o seu ouvido o deixaram de fora. A ultima notícia que tive, foi que ele passara um tempo na prisão, e que agora fazia pequenos serviços em Castle Rock.

O Chris conseguiu sair (de Castle Rock). Fez o colegial comigo, e, embora tenha feito muito sacrifício, conseguiu o que queria; cursou a faculdade, e, eventualmente, se tornou um advogado.
Na semana passada ele entrou em um restaurante tipo ‘self service’. Na frente dele, dois homens começaram uma discussão. Um deles puxou uma faca. Chris, que sempre foi de boa paz, tentou separá-los; foi esfaqueado no pescoço. Morreu quase que instantaneamente.
Embora eu já não o visse a mais de dez anos, sei que terei saudades dele para sempre.

Eu nunca mais tive amigos como os que eu tive, quando tinha doze anos. Meu Deus, e alguém tem?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Sentido de ser/estar

O que me faz escrever é o mesmo que me faz respirar.
É automático, é essencial em minha vida. É alimento para mim.
É acordar feliz e eternizar. É acordar depressivo e desabafar.
É estar no lugar errado, na hora certa, fazendo a coisa certa com a pessoa errada.
Não há nada que não possa ser escrito. Mas nem tudo significa, como nem todos entendem.
Escrever é como o bater de asas de um pavão.

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

(Paulo Leminsk)

terça-feira, 23 de junho de 2009

Brincando com as Palavras - NeoConcretismo

Á!
Eu
Sei.
Você
Nunca
Saberá!
Desista!
Vaidade
Apenas.
Seria
Tudo
Seu.
Só!
E?


_______________________________________________________


Matematisticamentizado

dois
dividido por...... igual a um

dois



(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ante-amor

Por vezes, as pessoas que não tem o hábito de ler poesias pensam que um poeta só escreve sobre um amor inalcançavel, impossível, ou que deu errado (leia-se dor de cotovelo).
Bom, se lerem minhas outras poesias, verão que meu foco é outro, meu estilo é outro.
Mas, para não dizer que não falei de flores...


Teoriamor

São por esquinas, quinzenas, canais,
Que o jogo de amor dos mortais,
Invade o inverno do corpo.
Apaga o inferno em um sopro,
Sufoca a angústia de amar,
E arde em gelar. Assombroso!

Cortante, singelo, impetuoso.
Dois dedos de corpo e suor,
Incendiando esse olhar caloroso,
Com libido e tesão bem maior.

Dilacerado em pedaços de nada,
De um peito invadido sem dó.

Apenas as penas de um pássaro,
derrubado, cruel, a pedradas.

(Wesley Buleriano)

domingo, 21 de junho de 2009

Dois Copos e Um Conto

É, ao contrario do que parece, esse blog não está morto.
Todos os domingos, a partir de hoje, postarei um capítulo de um conto meu.
Aos que gostam de ler; boa leitura.
Aos que não gostam, Gugu e Faustão.


Dois Copos e Um Conto.

Capítulo 1


Talvez o simples ato de existir seja inexplicável. Talvez o simples ato de existir nem seja tão simples assim afinal. De todo modo, buscar a resposta, assim, no nosso íntimo, é sempre mais fácil.

Talvez explicar a existência seja mais simples do que entendê-la. Ou mesmo entender a si, e aos outros. Entender o que se passa em nossa cabeça, em nossos pensamentos. Pensar o que pensam, quando vimos um rosto pela primeira e última vez, em uma fração de segundo, entre o sinal fechado e o torque. E o toque das notas altas, em acordes desafinados – ah, os acordes – dessa orquestra de pedras e aço.

É como a sinfonia do caos, com aroma de petróleo, e brisa de minério. O doce cheiro da vingança, no olhar do vendedor de balas no ônibus. Ah, como queria olhar com aqueles olhos, e pensar com minhas próprias pernas. Meia dúzia de balas? Aceita minha dignidade, em troca de alguns centavos e um pouco da sua paciência?
Bom, eu desço mesmo aqui, fica para a próxima – mesmo ambos sabendo que não haverá uma próxima – obrigado.

Pensando bem, melhor não pensar nisso. Eu sigo o meu caminho, e o ônibus que vá ao ponto final – talvez um outro terminal – e traga outros rostos desconhecidos para mim. Não tornarei a vê-los novamente mesmo.

Pensar que penso o tempo todo cansa. Mas cansado mesmo fiquei por pensar o que pensam. Antes pensava que o pensamento era algo só meu, pois não ouvia ninguém pensar. E tu, que pensara que eu era louco. Louco és tu, leitor, que pensas que não é!

[...]

(Wesley Buleriano)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Post Duplo hoje...

Isso aí, excepcionalmente hoje, postarei dois poeminhas "volta estranha", espero que gostem.


In verdades

O poeta mente,
Diz o poeta.
O amor que sente, não sente.
E sente em dizer que somente
A gente ama quem não ama a gente.

Se não tem um amor,
Mente.
Ou pode o poeta mentir
Sentir

Um amor que não sente?

______________________________

Nem Freud

Quem em sã consciência
faz avaliação psicológica
de si próprio?
Se eu não pensasse que estou ficando louco,
com certeza estaria.
Mas é muito fora do comum.
Um louco
se auto-diagnosticar louco?
É loucura!


(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Voltei...

É, eu sei, desapareci. Mas prometo tentar voltar com os posts com mais intensidade. I promisse you!


Por Feição

Quando a perfeição é insuficiente,
E, suficiente, mente,
Não invente, invada.
Nada nunca é
Como nunca será um dia.

E sobre o certo, a certeza.
Sobre o belo, a beleza.
Sobre a culpa, o perdão.
Sobre a honra, a paixão.

E sobre o amor, o corpo.
Sobre o reto, o torto.
Sobre o fim, o começo.
E quando desapareço,
Encontro o incontrolável.
Afago o palpável.

Apago o inesquecível.

(Wesley Buleriano)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Il sentiero della vita...

Ter, sobre tantos, e tanto tento ter, certeza, se é certo dizer, do que me espera ao fechar os olhos, e não mais voltar a ver. O sol e o céu. A sombra e o ser, somente. O sentir; a brisa da manhã, fria de outono, branca de inverno. O doce-quente sabor do café ao acordar. E ao acender o fogo da lareira da vida, e queimar o tempo, como lenha velha a incendiar, respirar feliz o dom de existir. Refletir sob a sombra de uma palmeira a beira do mar.

Se há uma alma ao pôr do sol, que encontre o seu lugar. Se o há. Se o tem.

Sabe-se, pois, que não se sabe ao certo o que te espera em teu seol. Mas teu céu agora é outro. E nele, ou é noite, ou é dia. Ou não há! Ou não é! E é tão facil partir teu carpe diem. Teu medo é tão normal, que embora seja assim, causal, te impede, e te impõe, de viver mais.

Sentí-la, tocá-la, esperá-la...


Seol

E minha fé onde é que está?
E minha sorte, onde é que foi?
A ver, ouvindo, não sei, não há,
Ou estar sorrindo e ver depois.

Após se opor, se atraem opostos,
E apostas opinam após se opor.
Quebrado caminho, sua frente, suas costas,
E aflora-te mente ao sol e seu pôr.

Definha em defeito e me aspira.
Me espera, e caminha, e demora.
Percebo e preparo sua ira.

Persigo e espero sua hora.

(Wesley Buleriano)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Regionalismo...

Nem só de regras se faz uma língua! Cada local, cada região tem seu dialeto, seu sotaque. Mantém-se o padrão formal para todos, porém, fala-se de formas diferentes.

Alguns não gostam de usar seus regionalismos. Alguns criticam. Porém, mantém-se a comunicação, não há porquê não usar.

O que eu acho disso?


Regionalismo

O baiano fala “oxente!”.
O mineiro fala “uai!”.
O gaúcho fala “tche!”.
O capixaba fala “iá!”.
A gramática fala interjeição,
E o poeta urbano prefere não falar.

Iá! Mas por que não uai!?
Oxente! Como é tolo o tal do poeta tche!


(Wesley Buleriano)

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Pactum et Prima Facie...

A primeira vista, nada faz sentido. Então voltamos, e olhamos denovo. Mas, e se mesmo assim continua sem sentido? A dubiedade causa curiosidade, atrai! O incerto é, para o homem, como um imã, que o atrai diretamente para a beira do abismo. Há casos que se cai. Há casos em que alguém te puxa dalí, e tudo se resolve. Resolve?

O abismo a sua frente é mesmo tão assustador, ao ponto de estagná-lo e te deixar em dúvida sobre o que te espera lá embaixo? Você pode se espatifar com a queda. Pode partir-se em dois. Pode transformar-se em pó, e ser levado pelo vento.

Porém, o medo de atravessar toda aquela escuridão, e chegar ao fundo onde talvez você encontre uma piscina natural, de águas transparentes, que te faça ver os peixes nadando. Que te faça relaxar e se sentir mais vivo do que antes. Esse medo, esse arrependimento que terá se voltar atrás e não pular, vai te roubar o sono. Te roubará a concentração, e com certeza fará você voltar a beira de tal abismo, e olhar para baixo, tentando descobrir o que te espera.

E se pudesse voar? Se pudesse descer em segurança, iria até o fim?

Infelizmente não podemos voar, mas podemos conseguir uma corda e descer em segurança. Criar soluções, enfrentar os nossos medos quando necessário, essas coisas nos diferem de um mero primata. Mantemos os instintos, entretanto, e entre tantos, somos capazes de fazer o que queremos, sem nos preocupar com um predador natural, a não ser nós mesmos. "O homem é o lobo do proprio homem."

"Faça o que tu queres, há de ser tudo da lei!" (Alester Crowley)


Simetria Secular

Saí sorrindo sonhando seu ser,
Sabendo somente sua sugestão.
Sendo sol sobre seu sorriso,
Sendo sentimento sem sentido,
Sendo saída sem solução.

Semblante seguinte, sua silhueta.
Sabedoria supérflua sobre si,
Semanas salientes sagradas,
Suadas, sem senso sorris.

Seu sonho será somente
Sua sombra, sem selo, sem sal.
Subindo sozinha sua serra.

Sugando sua simetria,
Sobrepondo sua sabedoria,

Sendo, simplesmente, só.


(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Talentos anônimos...(Volta Estranha)

Num dia desses fui a praia com uns amigos. Como de costume, sentamos a mesa do quiosque de sempre, e ficamos bebendo e batendo papo. Neste dia, por acaso, eu não quis beber cerveja, então fui pegar um refrigerante pra tomar.

Assim que cheguei no balcão do quiosque, pedi a garçonete um refrigerante. Tudo normal até então. Ela me atendeu, e em seguida foi até a areia atender uma mesa. De repente ela começou a cantar, pra aliviar a tensão ou espantar os males, como diz o ditado.

Mas eu não esperava por aquilo! Assim que ela começou a cantar, fui obrigado a parar e ficar alí, estagnado, ouvindo a musica que saía daquela voz minunciosamente afinada. Ela cantou em tons altos, sem desafinar, sem titubear. Era dona de uma voz linda, invejável! Se eu fosse um produtor musical, faria todo o possível para assinar um contrato com a jovem garçonete. Mas infelizmente eu não sou, e temo que ela nunca vá fazer do canto, da sua voz afinada, seu ganha pão.

Isso me fez sentir-se mal, e me fez imaginar quantos talentos perdidos estão por aí. Quantos grandes cantores, grandes atores, estão aí fora esperando uma chance que não vem. Quantos Van Goghs precisarão morrer loucos, no anonimato, na miséria, até que décadas depois alguém descubra os seus trabalhos, e veja o quão gênios eles eram? Quantos Drummonds ficarão anônimos em seus versos, que nunca serão lidos?

Quantos?


Ato Ando

Aí um dia resolvi virar poeta.
Já se passava da meia-noite,
Logo não era dia,
Logo eu menti.
Não queria mais ser poeta.

Queria é ser escritor.
Aí escrevi,
Li e não gostei.
Apaguei e não quis mais ser escritor.

Agora queria ser músico.
Então peguei um violão
E comecei a tocar.
Mas não saía nenhum acorde,
Então desisti.

Então pensei em ser ator,
E atuei muito bem até agora.


(Wesley Buleriano)

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Diante do caos...

Em época de tragédias, como as chuvas que tanto tem castigado o país, espera-se uma atitude mais efetiva dos nosso "lideres". Aqueles senhores que nos procuram em época de eleições, com milhões de promessas que nunca saem dos projetos de campanha.

Fiquei supreso com a atitude do presidente norte-americano, Barack Obama, que, como primeira medida no combate a terrível crise financeira que assola o mundo, congelou o salário de todos os políticos do país. Claro que esta foi uma ação virtual, visto que não será isso que acabará com a crise. Porém, tal fato demonstrou tamanho comprometimento, que me fez pensar se isso seria possível no nosso amado Brasil.

Tão logo pensei, e cheguei ao veretido de que tal realidade, infelizmente, está bastante longe daqui.

Tamanhos são os escândalos de corrupção no Brasil, e, ainda, aumentos excessivos de salários, e dezenas de auxílios que a todos os anos são criados nas camaras de deputados, senadores, e vereadores país a fora, simplesmente para gerar mais renda aos "representantes do povo".

Provavelmente, e é bem certo que sim, o presidente que tentasse tomar uma atitude, como a de Obama, aqui, seria deposto do poder em poucos dias. Rapidamente surgiriam dossiês e provas, muito certamente forjadas, sobre a integridade do presidente. O que, automaticamente, daria início ao processo de impeachment.

Enquanto isso hão empresas madeireiras desmatando nossas florestas. Enquanto isso as ONG's internacionais de proteção da amazônia estão de olho nas nossas riquezas naturais. Enquanto isso a violência nos torna prisioneiros em nossas proprias casas. As grades estão em nossas janelas, e os bandidos estão na rua. Enquanto isso nossa educação é fraca, e há fome por todo o território nacional.

Enquanto isso...



O País do Futuro

O semblante da dor, o horror
Nos olhos noturnos sem cor
Na cor da noite, do povo sofrido
De medo, de mínimo amor.

E essa flor, tão fosca e caída
Que o sol, bruto, empobrece de vida
Que a ninguém transpassa confiança
Esperançosos chamam-na esperança.

Vê, e verás, no sumo da pele
De gente sofrida e cansada
E diz-me que isto não te fere.

Sonhadores, esperam melhora.
Com vida curta, ou velhice alcançada,

Até a morte, sua melhor hora.

(Wesley Buleriano)

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Há casos do acaso...

A definição de "destino" é: fim pré-determinado que orienta as ações e os acontecimentos na vida dos homens.

Claro que, Aurélios a parte, cada um tem sua opinião sobre a real definição dessa palavra-ação que teima em interferir no livre arbítrio humano. E, e por que não dizer, hão aqueles que juram que ele, o destino, se quer exista. Estes o chamam de "acaso".

Mas, e aposto que sim, todos já se perguntaram ao menos uma vez na vida se, fortuitamente, determinado acontecimento realmente seria daquela forma se não houvesse acordado mais tarde, e, por esse motivo, atrasado-se para um compromisso. Devido ao atraso, pegou o ônibus, ou o metrô, em um horário diferente do habitual, e conheceu uma pessoa incrível.

Quantas vezes já se pegou perguntando "e se eu não tivesse feito isso?", "e se eu não fosse àquele lugar?", "e se, e se..."? Aposto que mais de uma vez, correto?

Seria isso o destino ou o acaso? Não me atrevo a respondê-lo, mas admito que, e nada mais que, destino ou acaso, sorte ou pré-determinação, acontece o tempo todo, e tempera nossas ações como um chefe que prepara seu prato premiado.

Doce ou amargo, quente ou frio, salgado ou apimentado, o destino, ou o acaso como queiram, tempera e rege as ações humanas. E faz da vida um prato cheio para quem tem fome.

Mangiare!


Árvore Genial Lógica

Era uma vez a ‘Vontade de Estar Junto’
e a ‘Vontade de Não Separar’.
Um dia, num desses encontros casuais,
se encontraram.
A ‘Vontade de Estar Junto’
sentiu vontade de não separar,
e a ‘Vontade de Não Separar’
sentiu vontade de estar junto.
Assim nasceu o ‘Amor’.

Era uma vez a ‘Vontade de Estar Separado’
e a ‘Vontade de Não Estar Junto’.
Num desses encontros casuais,
um dia se encontraram.
Se apaixonaram.
Assim nasceu o ‘Ódio’.

Então um dia,
num desses encontros casuais,
o ‘Ódio’ se encontrou com o ‘Amor’.
Assim nasceu a ‘Amizade’,
nasceu a ‘Vingança’,
nasceu a ‘Culpa’ e a ‘Dor’,
nasceram as gêmeas ‘Ilusão’ e ‘Mentira’,
nasceu o ‘Respeito’ e a ‘Justiça’,
nasceu a ‘Compaixão’,
e tantos outros sentimentozinhos
que habitam esse vilarejo chamado
“Homem”.


(Wesley Buleriano)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Díspares em sua jactância...

De certo são, pois, a soberba, a ostentação, grandes, e perigosos, defeitos humanos.
Causadores de dor, e combustível para outros males, são esses problemas comuns.
Todos já sentiram-se assim algum dia, e voltarão a sentí-lo novamente. A imperfeição humana nos impede de fazê-lo diferente.

Mas e, imagine você, se estas deformidades típicas do homem "infectassem" os outros componentes da criação divína (?). Desde os pequenos insetos, até os grandes astros galáticos. Desde de uma gota de orvalho, até a mais brusca e avassaladora tempestade.

Imagine você como seria se um porco cansado de comer os restos, de repente ostentasse a grama dos pastos bovinos. Se de uma hora para a outra as galinhas decidirem não mais comer milho, e tornassem carnívoras. Loucura, não?

Não importa o tamanho do seu defeito, ou sua qualidade.

Se tem uma imperfeição, trabalhe-a, a fim de minimizá-la até onde for possível.
Se acha que não é tão bom quanto uma pessoa ou outra, saiba valorizar suas qualidades, por mais modestas que elas sejam. Inspire-se em alguém, mas não a inveje.
Por mais modestos que sejam seus atributos, seus predicados, tente melhorá-los por suas proprias pernas. Abraçar o mundo com uma única mão é impossível.

As regras são as mesmas, para todos e tudo.


Em Uma Galáxia Distante

Um dia o Sol não queria brilhar.
Brilhante Sol, disse a Lua.
Ainda em alarde a lua pensou:
Se o Sol não brilha
O dia é só meu
E a noite é só minha.
Brilhante Sol a Lua dizia.

E a noite cedinho chegou,
E a lua!?
Meu Deus!, o povo gritou:
O Sol já não brilha e a Lua apagou.

Pobre Lua,
Não foi para a aula de física
E nunca mais trabalhou.


(Wesley Buleriano)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mesoísmo...

A têndencia ao meio, ao equilíbrio, ou o que gosto de chamar de "ying-yanguismo" (em referência ao Ying-Yang, tradicional filosofia chinesa) é o que prezo em minhas poesias. É, em outras palavras, minha característica principal, meu estilo.

O conflito entre os opostos; o bem e o mal, o amor e o ódio, a benção e a maldiçao, a satisfação e a frustração, o certo e o errado (mas, o que é certo ou errado, hein?).
O clássico e o contemporâneo, o bom gosto e o "non-sense", o coloquialismo e o formalismo, enfim, a união de extremos, a fim de chegar ao equilíbrio poético.
É isso que busco na grande maioria dos meus textos. E por que não dizer na vida?

Encontrar uma identidade poética, um estilo proprio, é, por si só, uma arte. E é exatamente isso que busco. Fazer arte com estilo é uma arte!

Hoje, um poeminha que dá nome ao "meu" estilo.
Qualquer intertextualidade ou trocadilho é meramente intencional.

Mesoísmo

Ver, sutil, versátil,
Verbais ou menos
Como as coisas são.

É assim, estereótipo assim,
Seguinte, inconseqüente,
Olhando essa roda girar.

Eta mundão sofrido!


(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Gênesis...

"E no início era o verbo..."

Há tempos trazia comigo a ideia (sem acento ok, novas regras) de publicar meus textos, em especial, minhas poesias.
Longe de ser um profissional, mas ainda assim um poeta. Jovem, com perspectivas e planos futuros, mas ainda um poeta.
O plano do blog, hipotético por muito tempo, demonstrou-se uma boa forma de mostrar meus humildes escritos, e resolvi seguir o conselho de uma amiga.

Esse blog servirá basicamente como arquivo, mas por que não, e por que não?, alcançar o máximo de leitores que puder? Seria bom, concordam?
Em próximas postagens comentarei um pouco sobre o meu estilo, minhas inspirações e também sobre os grandes mestres em quem me espelho.

Hoje, no gênesis do blog, um poema curto, mas que gosto muito, e que, com certeza, deixará a maior parte dos leitores com um nó na garganta.
Espero que gostem!

A Arte do Desejo.

O que eu mais queria
Era querer
Não querer nada.
Não querendo nada,
Não quereria eu
Não querer

Querer.

(Wesley Buleriano)