segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A mentira é a única verdade indiscutível!

Em Você


E se outrora o abismo era tão escuro
e o futuro parecia agora,
hoje pular é arriscadamente seguro,
e o presente parece outra hora.

Sem esquinas, avenidas e cruzamentos.
Há pressa, pressão e demora.
Mas fora o medo que aflora,
há, cada dia maior, o sentimento.

Me pego a partir-me em dois,
e entrego-me a ti, pois,
em ti tem sido todo pensamento.

E embora a distância castigue,
sempre haverá o que nos ligue,

e nos faça esperar por depois.

(Wesley Buleriano)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Delir Antes.

Tulipas

Para não dizer
Que não falei de flores.

(Wesley Buleriano)

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Auto-ostracismo

Antes de qualquer coisa, imagine uma casa com uma goteira no telhado. Ao chão, encontra-se um balde, cujas gotas de chuva caem dentro.

A cada chuva o nível de água aumenta no recipiente. Mas, como não chove todos os dias, o balde pode levar bastante tempo para encher. Ou ainda, dependendo da intensidade do temporal que, supostamente, possa cair, esgota-se mais agilmente.

A um certo limite, o balde não mais aguentará os pingos d’água, e transbordará. Mas, como são gotas, ao transbordar, molha-se pouco ao redor.

Até que, por acidente ou descuido, alguém tropeça e derruba o balde, que, automaticamente, molha todo o chão. Molha inclusive a pessoa que “acidentou-se”.
Logo após, o balde torna-se vazio uma vez mais, e, assim, volta a suportar a goteira do telhado por mais um determinado tempo.

Agora, como diz meu querido avô, darei o nome aos bois. A água, ou, mais especificamente, as gotas dela, são aqueles pequenos problemas, as pequenas frustrações e aborrecimentos que enfrentamos dia após dia. E o balde é quem vos escreve.
Cada pessoa tem seu temperamento, e esse é o meu: acumulativo, e, quando saturado, explosivo.

Como tudo no universo, no meu caso há também o equilíbrio entre os pontos positivos e negativos em ser assim. Ser acumulativo me faz evitar dezenas de discussões, confrontos e outros desgastes. Evita que eu ma chateie facilmente com os problemas. Torna-me uma pessoa bastante compreensível e altruísta.

Porém, ao chegar ao ápice do “balde”, torno-me estressado, e acabo por me irritar por qualquer “gota” que caia, por pouco que possa parecer. E, nos casos, raros, em que chego a explodir, acabo perdendo totalmente a razão. Falo e faço coisas que repudio e acabo machucando alguém.

E não adianta tentar mudar! Esse é o tipo de coisa que nasce consigo mesmo, e te segue até o fim dos seus dias. Então, o que me resta, é ter as pessoas certas ao meu lado. Aquelas que me conhecem, sabem como sou, e podem entender estas características, sem deixar de sentir por mim a amizade, o amor, e, principalmente, o respeito.
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Que estas pessoas estejam para sempre comigo. Seja lá quanto for o “infinito” da minha vida.
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(Wesley Buleriano)

Pós...

O caminho do trabalho para casa, era como o corredor da morte para um condenado.
As árvores nas calçadas, eram como pessoas, sedentas pelo sangue de um assassino, e cospiam uma brisa leve em cima de mim.
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As ofensas que o vento, feroz, gritava em meus ouvidos, eram como o burburinho dos, já deixados para trás, colegas de trabalho. A voz do meu chefe me acusando, ainda ecoava em meio as folhas das árvores.
O sol queimava, me queimava, como um castigo pelo crime alheio. E, mesmo alheio a tudo isso, segui até o fim da rua, longa. Meu palácio estava lá.
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(Wesley Buleriano)

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um outro tipo de inspiração...

Escárnio

Deixo ao acaso, se,
Por acaso eu vou ter que
Mostrar um (outro) lado meu
Que ainda não conhece.

Passo ao compasso,
Ultrapasso (des)trancedentalizado,
Mentalizado imóvel.

Fogo ágil, ardentrando minh’apele.
(in)Concerto aprovo e aproveito
trejeito de escárnio.

Carne, carnívoro (ar).


(Wesley Buleriano)